A geração Z, como são chamados os jovens hoje em dia, é conhecida por sua impaciência, por ser questionadora e ambiciosa. Com essas características o mercado de trabalho tem se tornado a realidade e principal anseio quando se chega à juventude. Muitas são as razões, entre elas complementar a renda familiar, conquistar independência financeira e custear os estudos.
Segundo o estatuto da juventude, é considerado jovem quando se tem idade entre 15 e 29 anos, mas em nosso país aquele que for menor de dezoito anos possui condições específicas caso queira trabalhar e segundo o Decreto n° 5598 é considerado jovem aprendiz dos 14 aos 24 anos de idade. O programa é ideal para aqueles que procuram o primeiro emprego, aos que estão buscando um curso superior é a oportunidade para garantir uma experiência prática além da teórica.
Nos últimos anos as vagas de empregos e estágios dentro das empresas aumentaram, devido à crise econômica mais cargos de alto nível foram dispensados enquanto novos postos de trabalho para jovens foram criados. Atualmente no Brasil, existem cerca de 4,8 milhões de jovens desempregados, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e com um número tão alto mesmo com o aumento de vagas, não chega nem perto de ser o suficiente para diminuir muito esse número. Os reflexos dessa demanda são baixos salários, cada vez maiores exigências para jovens sem experiência e candidatos atuando fora do seu perfil e área de estudo. Para driblar a concorrência muitos jovens tem apostado em qualificação profissional, cursos de informática, idiomas e habilidades em certas ferramentas para aumentar a possibilidade de inserção no mercado de trabalho.
Os jovens, em sua maioria, desempregados tem deixado de lado sua formação acadêmica, a inserção nas universidades tem sido cada vez menor e a consequência afeta todo o futuro profissional não só do individuo, mas como o crescimento e desenvolvimento tecnológico e educacional do país. Essa defasagem provoca também uma desvantagem no futuro, uma vez que a economia volte a crescer essa geração será considerada inexperiente e incapaz de finalmente conquistar seu lugar no mercado de trabalho. Na sociedade essa situação tem marginalizado essa maioria, aumentando a sensação de violência e o uso de drogas.
As consequências da ausência de mercado para esse púbico podem ser minimizadas com o desenvolvimento de práticas de inclusão por parte das empresas, pois elas também são responsáveis pelo desenvolvimento da sociedade e do crescimento econômico.
Empresas consideradas socialmente responsáveis são aquelas que atuam de forma voluntária, adotando posturas, comportamentos e ações que promovam o bem-estar dos seus públicos interno e externo, incluindo internamente: Funcionários, acionistas e externamente: Comunidades, parceiros, meio ambiente, clientes, fornecedores, entre outros. Entre as práticas que envolvem a Responsabilidade Social Empresarial está a transparência, diversidade, equidade, voluntariado corporativo, colaboração em organizações sem fins lucrativos e entre outras.
Entre essas práticas, a inclusão de jovens e contratos de estágios no quadro de colaboradores já está prevista em lei, assim como, a igualdade de oportunidades é muito bem vista pelos consumidores, segundo dados de pesquisas da página Planeta Sustentável, da Abril. Ter mão-de-obra barata e custo menor de contratação é um dos benefícios de ter esse público em seu quadro de colaboradores, essa geração traz consigo criatividade, a vontade de inovar, espírito de equipe e muitas vezes maior habilidade com tecnologias além de sempre buscarem propósitos em suas ações.
Concluo que, embora existam diversos desafios no mundo atual, o aumento da inclusão desse público no mercado trará cada vez mais benefícios para a sociedade, para as empresas e para o futuro.
Sara Araújo – Assistente de Pesquisa e Desenvolvimento / Dialogus Consultoria